Se não é todo mundo aqui, ia ter corpo boiando, diz voluntário de resgates no RS

Na orla do lago Guaíba, em Porto Alegre, os voluntários estão constantemente em movimento, dividindo-se entre resgates aquáticos e assistência médica e alimentar para as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul.

Quando alguém chega à tenda de atendimento ali instalada, passa por avaliação, recebe roupas secas, lanches e almoço antes de ser encaminhado para um local seguro.

Apesar da aparente organização, o ambiente é caótico, com gritos, barulho dos motores aquáticos e choros ao fundo.

Joavi Dornelles, técnica de enfermagem, descreve a situação como inédita, mesmo em comparação com a pandemia. Algumas pessoas resgatadas mal conseguem entender o que está acontecendo.

Carlos Leão, envolvido nos resgates desde sexta-feira, expressa frustração pela falta de preparo prévio para a enchente. Ele está entre aqueles que consideram que medidas preventivas poderiam ter evitado a situação atual.

Os voluntários atuam sem uma hierarquia clara. Mesmo com a presença de agentes de segurança, como policiais militares e civis, e barcos do Exército, a coordenação é descentralizada.

Além da distribuição de alimentos, algumas tendas fornecem assistência médica e recebem doações para ajudar as vítimas.

Enquanto isso, o congestionamento aumenta em Porto Alegre, com moradores sendo orientados a deixar áreas afetadas pela inundação. O desligamento de uma das casas de bomba agravou a situação, levando mais pessoas a buscar saídas da cidade.