O ministro da Educação, Camilo Santana, anunciou hoje que o governo está planejando alocar mais recursos para resolver as preocupações dos funcionários administrativos e professores em greve nas universidades e institutos federais em várias partes do país.
“O governo está disposto a disponibilizar fundos adicionais para negociar com os funcionários administrativos e professores não apenas sobre o plano de cargos e salários, mas também sobre aumentos salariais para esta categoria”, disse Santana. Uma nova proposta está programada para ser apresentada até sexta-feira.
Santana fez esses comentários durante uma reunião da Comissão de Educação do Senado, onde enfatizou os esforços do governo para resolver a greve e explicou que o Ministério da Educação (MEC) não podia aumentar a proposta para os funcionários por conta própria devido às restrições orçamentárias.
“O orçamento do MEC não tem espaço para aumentos salariais. Será necessário um complemento orçamentário dentro do quadro fiscal existente”, explicou o ministro, sem especificar o valor destinado aos funcionários das instituições federais.
Ele indicou que a ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, será a responsável por fazer o anúncio oficial sobre os recursos alocados para os professores e funcionários administrativos. Santana expressou sua frustração com a greve, ressaltando que o governo já concedeu um aumento de 9% para todo o setor público no primeiro ano, após seis anos sem reajustes.
“Para mim, greve significa que o diálogo acabou, que as negociações terminaram ou que não há mais chance de melhorias”, afirmou Santana, destacando o impacto negativo da greve no país e nos alunos.
No total, cerca de 360 unidades de ensino estão em greve desde o início do mês, conforme relatado pelo Sindicato Nacional dos Servidores da Educação Básica, Profissional e Tecnológica. As demandas incluem recomposição salarial e reestruturação de carreiras. Os professores das universidades federais também entraram em greve nacional, rejeitando a proposta do Ministério da Gestão, buscando um reajuste salarial de 22,71% em três parcelas. O sindicato dos docentes relata que a proposta do governo foi de reajuste zero, com aumento apenas em benefícios como auxílio-alimentação e assistência pré-escolar.