O Ministério Público Eleitoral (MPE) defendeu nesta segunda-feira (1º) a cassação do mandato do senador Sergio Moro (União-PR), em meio a dois processos em análise no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná. Durante a sessão, o procurador Marcelo Godoy leu a manifestação que acusa Moro de abuso de poder econômico, alegando gastos irregulares durante o período pré-eleitoral de 2022.
No ano anterior, Moro estava vinculado ao Podemos e promoveu eventos pré-candidatura à Presidência da República. Segundo as acusações, os altos investimentos financeiros realizados antes de sua saída do partido para concorrer ao Senado pelo União teriam gerado uma “desvantagem ilícita” em relação aos demais concorrentes ao cargo de senador.
Alega-se que cerca de R$ 2 milhões do Fundo Partidário foram destinados ao evento de filiação de Moro ao Podemos, incluindo a contratação de serviços para promoção pessoal e consultorias eleitorais.
O procurador, ao reiterar seu parecer favorável à cassação, mencionou o “benefício pessoal” que Moro teria obtido com parte dos gastos realizados.
“A procuradoria manifesta-se pela procedência parcial dos pedidos para que se reconheça a prática do abuso de poder econômico, com a consequente cassação da chapa eleita e a decretação da inelegibilidade do titular [Moro] e do primeiro-suplente [Luiz Felipe Cunha]”, afirmou.
O julgamento segue com a manifestação do voto do relator, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, e mais seis magistrados terão a oportunidade de votar.
Caso não seja concluído hoje, o TRE agendou mais duas sessões para os dias 3 e 8 de abril para finalizar o julgamento.
Foto: Agência Brasil