Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, do Brasil, e Emmanuel Macron, da França, revelaram em Belém, Pará, um programa de investimentos significativo, totalizando 1 bilhão de euros, voltado para impulsionar a bioeconomia na Amazônia brasileira e na Guiana Francesa. Esse anúncio foi feito durante uma reunião onde também foram discutidas medidas para enfrentar a mudança climática e proteger as florestas tropicais.
Os líderes assinaram dois documentos ambientais cruciais: o “Plano de Ação para a Bioeconomia e Proteção das Florestas Tropicais” e o “Chamado Brasil-França para a Ambição Climática de Paris a Belém e Além”. Esses documentos visam promover a cooperação entre os dois países em questões ambientais e climáticas. Todos os detalhes dessas declarações estão disponíveis para consulta.
O programa de investimentos delineado no plano de ação visa angariar 1 bilhão de euros, provenientes tanto de recursos públicos quanto privados, nos próximos quatro anos, visando impulsionar a bioeconomia na região. Esse esforço será facilitado por meio de parcerias técnicas e financeiras entre instituições financeiras brasileiras, como o BNDES e o Basa, e a Agência Francesa de Desenvolvimento.
No âmbito da ambição climática, Brasil e França se comprometeram a priorizar a luta contra a mudança climática e a incentivar metas climáticas mais ambiciosas na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30), agendada para novembro de 2025, em Belém.
Após discussões bilaterais e uma visita à Ilha do Combu, os presidentes se reuniram com líderes indígenas. Durante esse encontro, o líder indígena Raoni Metuktire foi honrado por Macron com a Ordem Nacional da Legião de Honra da França, reconhecimento máximo do país europeu.
Lula reafirmou os esforços de seu governo para alcançar a meta de desmatamento zero até 2030, destacando uma redução de 50% na área sob alerta de desmatamento na Amazônia em 2023, em comparação com 2022, de acordo com dados do sistema Deter do Inpe.
Além disso, Lula comprometeu-se a continuar demarcando terras indígenas e estabelecendo reservas florestais, enfatizando a importância da preservação ambiental e do apoio às comunidades indígenas.
Macron expressou seu compromisso em relançar esforços de cooperação e combater atividades como o garimpo ilegal, que representam ameaças imediatas à floresta. Ele destacou a necessidade de cooperação científica, apoio aos povos indígenas e investimentos em bioeconomia para promover a preservação.
A comitiva brasileira incluiu as ministras Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança Climática), Sonia Guajajara (Povos Indígenas) e o ministro Mauro Vieira (Relações Exteriores), além da primeira-dama Janja Lula da Silva, a presidente da Funai, Joenia Wapichana, e o governador do Pará, Helder Barbalho, entre outros.
Estas informações foram divulgadas pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança Climática.