A Conferência Nacional dos Agentes Produtores e Usuários de Dados, organizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), começou nesta segunda-feira (20) na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O evento, que vai até sexta-feira (2), foi destacado pelo presidente do IBGE, Márcio Pochmann, como um marco na história da instituição, reconhecida pela excelência de seus serviços. Pochmann enfatizou a importância da modernização que o IBGE está passando, tornando-o ainda mais relevante para o país e para as políticas públicas.
Márcio Pochmann lembrou as dificuldades enfrentadas pelo IBGE no governo anterior, incluindo cortes orçamentários e a falta de reajuste salarial para os funcionários, o que resultou em perda significativa para os servidores. Além disso, a falta de concursos públicos levou ao esvaziamento do quadro funcional. No entanto, ele ressaltou que a recomposição salarial já foi realizada e que um novo concurso está em andamento.
A modernização do IBGE envolve a discussão de um novo marco legal para estatísticas, geociência e dados brasileiros. Pochmann afirmou que, ao final da conferência, espera-se um documento que mostre a convergência dos produtores e usuários de dados sobre o que o Brasil precisa para o segundo quarto do século 21.
A reitora da Uerj, Gulnar Azevedo, destacou a importância da parceria com o IBGE, afirmando que a universidade busca o conhecimento e que os dados coletados são fundamentais para planejar o país e melhorar as condições de vida da população. O secretário executivo da Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal), José Manuel Salazar, enfatizou a necessidade de integrar os dados dos países da região e usá-los de maneira responsável para promover um crescimento econômico mais inclusivo.
O ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, destacou a importância da parceria entre o IBGE e a Previdência, mencionando o volume de dados gerados na área e a necessidade de análises constantes. Ele e Márcio Pochmann assinaram um acordo de cooperação para melhorar a compreensão do envelhecimento da população brasileira e desenvolver políticas públicas eficazes.
Evânio Antônio de Araújo Júnior, representando o ministro da Educação, ressaltou a importância de criar ferramentas para dar visibilidade aos desafios das cidades brasileiras, reduzindo desigualdades sociais e enfrentando mudanças climáticas. Ele destacou um estudo que mostra diferenças significativas na expectativa de vida entre diferentes regiões de São Paulo como exemplo da necessidade de políticas públicas baseadas em dados.
Danilo Cabral, da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), enfatizou a importância de utilizar os dados do IBGE para formular políticas regionais e desenvolver indicadores para a sociedade. Durante o evento, Pochmann e Jorge Luiz Abrahão, do Instituto Cidades Sustentáveis (ICS), assinaram um convênio para integrar a análise de dados.
A conferência, realizada em parceria com a Uerj, conta com seis mesas temáticas e 23 grupos de trabalho. Mais de 500 técnicos e 100 palestrantes e coordenadores de mesas e grupos participam do evento, que discute o tema “Soberania Nacional em Geociências, Estatísticas e Dados: Riscos e Oportunidades do Brasil na Era Digital”.