Desigualdade de Renda no Brasil Diminui em 2023, mas Ainda é Alta: Análise Detalhada do IBGE

Diferença entre ricos e pobres cai para menor nível da série histórica, mas concentração de renda ainda preocupa. Frase-chave de foco:

Foto: Marcello Cassal Junior/ Agência Brasil

A desigualdade de renda no Brasil diminuiu em 2023, mas ainda se encontra em um patamar elevado, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira (19). A diferença entre os 10% mais ricos e os 40% mais pobres da população brasileira ficou em 14,4 vezes, a menor já registrada desde o início da série histórica em 2012.

Renda dos Mais Pobres Cresce Mais Rápido

Apesar da redução da desigualdade geral, o estudo revela que os grupos mais pobres da população brasileira tiveram um crescimento de renda mais expressivo do que os mais ricos em 2023. Os 5% mais pobres registraram um aumento de 38,5% em seus rendimentos, enquanto os 10% mais ricos tiveram um acréscimo de 8,9%.

Fatores que Contribuíram para a Redução da Desigualdade

O IBGE aponta três principais fatores que contribuíram para a diminuição da desigualdade em 2023:

  • Programas Sociais: O aumento do valor do Bolsa Família, que chegou a R$ 600 com inclusão de bônus por criança, teve um impacto positivo na renda das famílias mais pobres.
  • Expansão do Mercado de Trabalho: A entrada de 4 milhões de pessoas no mercado de trabalho formal também contribuiu para o aumento da renda das famílias de menor renda.
  • Aumento do Salário Mínimo: O reajuste do salário mínimo acima da inflação em 2023 também beneficiou os grupos mais pobres da população.

Desigualdade Ainda é Alta, Apesar da Redução

Apesar da redução da desigualdade em 2023, o IBGE alerta que a concentração de renda no Brasil ainda se encontra em um patamar elevado. Em 2023, os 10% mais ricos da população brasileira detinham 41% da massa de rendimentos do país, enquanto os 10% mais pobres recebiam apenas 1,1%.

Índice de Gini Estável

O Índice de Gini, que mede a concentração de renda na população, ficou em 0,518 em 2023, o mesmo valor de 2022 e o menor já registrado pela série histórica. O analista do IBGE, Gustavo Geaquinto, explica que a estabilidade do índice se deve em parte ao efeito dos programas sociais, como o Bolsa Família, que beneficiaram principalmente os grupos de menor renda.

Desafios Persistem

A redução da desigualdade de renda em 2023 é um sinal positivo, mas ainda há um longo caminho a ser percorrido para alcançar uma distribuição de renda mais justa no Brasil. O IBGE destaca a necessidade de políticas públicas que promovam a inclusão social e a geração de renda para os grupos mais pobres da população.